O software livre é anarquista ou capitalista? Alguns dizem que é comunista, outros dizem que é capitalista, anarquista... Quem tem razão? Fazem sentido comentários como os feitos pelo antigo diretor executivo da Microsoft, Steve Ballmer?
O Linux é um concorrente forte. Não existe uma empresa chamada Linux; dificilmente existe um roteiro. Mas o Linux nasceu como se tivesse brotado do chão. E tinha, sabe, as características do comunismo que as pessoas tanto, tanto gostam. Ou seja, é grátis.1
Capitalismo
O software proprietário favorece os monopólios empresariais que controlam a quase totalidade de um mercado. É impossível conseguir um bom lugar no mercado apenas com software proprietário, pelo que para competir muitas empresas têm de utilizar software livre. Actualmente, é difícil encontrar empresas tecnológicas que não façam uso considerável de software livre.
É claro que existem diferentes correntes capitalistas. O software livre, em qualquer caso, tem lugar neste tipo de sociedade desde que haja uma procura ou que a sua utilização proporcione uma vantagem competitiva.
Anarquismo
O software livre põe um fim ao poder injusto que os programadores têm sobre os utilizadores. Uma vez que o anarquismo tem a ver com o fim da autoridade imposta ao indivíduo, as liberdades concedidas pelo software livre são a libertação.
Outros sistemas políticos
O software livre é utilizado numa grande variedade de sistemas políticos. Qual é o problema? A Coreia do Norte, por exemplo, desenvolveu uma distribuição GNU/Linux chamada Red Star OS.
Conclusão
Penso que é absurdo enquadrar o software livre num determinado sistema político. É sem dúvida mais eficiente e seguro que o software proprietário, e inúmeros modelos políticos podem beneficiar da sua adopção. O software proprietário é como a alquimia, enquanto que o software livre é como a ciência. Não admira que quase todos os supercomputadores e servidores web funcionem com software livre.
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Traduzido do artigo do The Register MS' Ballmer: Linux é comunismo. ↩
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